Criada no mês de junho para investigar
a juventude em Londrina, a Comissão realizou várias reuniões para
debater o tema e buscou informações junto aos órgãos afins visando
obter dados sobre os casos de violência e morte com jovens. Uma
pesquisa também foi realizada com 1.140 pessoas com idade de 15 a
31 anos em todas as regiões da cidade para traçar o perfil da
juventude de Londrina. O relatório traz ainda os dados sobre
mortalidade dos jovens atendidos pela Centro de Referencia de
Assistência Social ( Creas), da 2ª Vara da Infância e Juventude
que atende os menores infratores no município e Instituto Médico
Legal (IML).
De acordo com o presidente da Comissão,
Vereador Junior Santos Rosa, todas a informações foram importantes
para se detectar a situação da juventude no município. “ Os
dados levantados mostram que o poder público em todas as esferas não
conta com politicas públicas para atender as juventude. Fizemos uma
extensa investigação junto aos governos federal e estadual e
descobrimos que vários projetos estão na plataforma destes
governos, no entanto não estão em prática”, declarou.
Conforme o vereador, os dados do
sistema de informações da secretaria da saúde mostram que nos
últimos cinco anos, 375 jovens foram vítimas de arma fogo no
município. Por outro lado a pesquisa de campo demonstra o medo da
população com relação ao aumento da violência na cidade e
ausência de politicas públicas para a juventude nos bairros. “
São dados importantes que vão ajudar o poder público na elaboração
de programas específicos para atender esta demanda por meio ações
compartilhadas da secretaria da juventude com os setores de
educação, saúde, trabalho, esportes e cultura”, explicou o
vereador.
Dados
Levantados
Dados
da
2ª Vara da Infância e da Juventude de Londrina (VIJ) mostram que de
janeiro de 2014 até
mês de setembro de 2015, dentre os jovens que respondiam por
infrações penais nesta vara, 36 vieram a óbito. O total de
infrações cometidas por estes jovens somam 421, sendo que só um
deles cometeu 30 infrações diferentes.
O
levantamento
feito junto ao IML mostra que em 2014 à setembro de 2015, faleceram
179 jovens, sendo que, destes a maioria está na faixa etária de 15
a 20 anos.
Os
dados mostram
ainda que, grande parte das mortes foram por homicídios com arma de
fogo, 96 casos, seguido de acidentes de trânsito, 55 casos, três
suicídios por arma de fogo e 25 casos por outros tipos de mortes.
A
pesquisa, realizada pelo Instituto Multicultural, apresenta o
tráfico de drogas como a
principal causa da violência na cidade na
opinião de 33% dos entrevistados, seguida da impunidade com 27,5% e
falta de policiamento em 11,6% dos ouvidos, sendo que as regiões
leste, oeste e norte são as mais afetadas com o tráfico. Já a
sensação de impunidade está mais presentes nos moradores da região
sul (37,5%), norte (27,1%) e centro(25,6). A falta de policiamento é
mais presente no centro com 15,6%. seguido a oeste com 14,2% e oeste
e sul com 10% respectivamente. Dos entrevistados, 65% responderam que
tem conhecimento do tráfico de drogas em suas regiões contra 34%
que responderam não, sendo a região norte tem o maior percentual,
67,9%, seguida da leste com 73% e a oeste com 65%. A pesquisa
apresenta ainda a opinião dos moradores sobre o que precisaria ser feito para diminuir a violência em suas regiões. Nesta questão,
36,3% destacaram a importância de mais investimentos na educação;
25% mais emprego e 22% mais policiamento.
Propostas
- O resultado das pesquisas, bem como o levantamento de dados feito
por meio do Instituto Médico Legal de Londrina (IML) e as respostas
dos oficios encaminhados para a 2ª Vara de Execuções penais,
secretaria de saúde e Centro de Referencia (Creas) foram
fundamentais para a formulação de propostas pela Comissão. Nesta
fase o relatório apresenta ainda uma série de propostas elencadas
durante a última conferencia da juventude, e ainda traz os principais programas dos governos federal e estadual voltadas para
a juventude.
Entre
as principais propostas estão: a criação da secretaria e do Fundo
Municipal da Juventude; fortalecimento do Conselho Municipal da
Juventude; incentivos às instituições religiosas na conscientização dos
jovens; campanhas educativas no trânsito; implantação do Plano
Estadual de Educação nas Detenções Estaduais;efetivação do
Programa
Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE); Programa Nacional
de Segurança Pública com Cidadania – Pronasci ;Projovem
Urbano, entre outras. O relatório final da Comissão pode ser
acessado pelo site da câmara:
http://www1.cml.pr.gov.br/cml/site/index.jspx
O relatório foi
encaminhado para o governador do Estado, Beto Richa e para o prefeito
Alexandre Kireeff. Uma cópia em formato de Cd será encaminhado
para as instituições mencionadas no relatório final visando o
apoio à aplicação das propostas sugeridas.
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